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MARIAVILHOSA MULHER DO BANQUINHO

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Tuas delícias fazem-me igual aos deuses
Beijar-te os lábios é o torpor ardendo em lascividade
Quando trepamos não sobram palavrões em nossas bocas
Transbordamos luxúria exaltando devoção
Ócio sexual
Nosso quarto grita
No som dos atritos do nosso trêmulo leito o cheiro das flores são odores vadios
Seu corpo arde em chamas
As gotículas da sua língua levam-me do céu ao inferno
Prefiro o inferno!
E lhe digo:

“Superamos deuses e demônios”

Seu corpo amalbençoou-me
Bem-aventurados banquinhos do Zona Sul
Bem dita SEXta-feira dos 8 dos 8 infinitos
Desde então sou atordoado de infames pensamentos sujos
Seu malicioso sorriso é minha heroína
Preciso de doses cavalares
Sou todo feito de abstinências
Porque, talvez perguntes.
Não sei
Mas é assim
Tu és meu vinho
Meu sol e riso
Desejo-te mais que ao ar
Não há nada mais estúpido e ignóbil que não estar em você
Somos fusões de eternas paixões
Impunemente a cruz vê-me liberto
És delícia e encanto
Meu presente de Vênus
Vós me julgastes sem pudor
E graças a sua ausência do mesmo trepamos como os deuses devassos fudiam as ninfas sedentas
Somos puras magias imundas de infinitas maldades e possibilidades
Somos orgias gregas
Somos deuses do sexo
Não há limites pra nós
E isso é tudo!
___________________________________________________

Maria é da safra de agosto

Maria Vitis 1981
Cabernet Sauvignon
Tinto seco
Reserva
Uvas viníferas
Roxo amora madura
Frutos vermelhos
Graduação alcoólica 12,9%.
Setecentos e cinquenta vermelhos ml de prazeres ingeridos
Bouquet complexo
Gosto belíssimo
Cheiro límpido de rubras ninfas
Uva passa
33 anos de delicias
Maria Vitis 1981 é submissão degustada
É o Casillero del Diablo


Pablo Treuffar
Licença Creative Commons
MARIAVILHOSA MULHER DO BANQUINHO de Pablo Treuffar é licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported.
Based on a work at www.pablotreuffar.com
A VERDADE É QUE EU MINTO

A VERDADE É QUE EU MINTO

Convidada Vivian Aurora de Moraes Bragagnolo

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O que dizem os cabelos




Fecho o portão da minha casa, quando vejo uma mulher completamente careca, sem qualquer lenço, boné ou chapéu que lhe disfarce a calvície, certamente gerada por um câncer.
Espero não ter câncer.
Mas se tiver, serei como esta mulher: corajosa, transparente, e linda, apesar da falta de cabelos.
Ela é magra, veste-se bem, nota-se que não se cobre não por falta de vaidade, mas por consciência da própria beleza desnudada.
Ela é branca. Será que é loira, morena, ruiva?
Vejo sua interlocutora. Tem cabelos alisados. Isso eu não faria com os meus. Logo a de cabelos alisados se despede e atravessa a rua, para cumprimentar a outra vizinha. Aquela, sem cabelos, se recolhe à casa. Talvez sinta um pouco de enjoo. Talvez só queira descansar.
A alisada se aproxima de uma senhora de muita idade que pinta os cabelos escandalosamente de um preto azul.
Quando envelhecer, deixarei meus cabelos branquearem todinhos. Eventualmente, pode ser que os pinte de loiro. Cabelos amarelos ficam bem em gente velha.
Mas talvez, se eu tiver câncer, nunca chegue a ser velha.
É nisto o que a moça bonita e sem cabelos está pensando, deitada, enquanto tenta ler um bom livro, sem sucesso. Quantos anos viverá? Os médicos fizeram um bom prognóstico, mas é difícil chegar tão perto da morte a ponto de tocá-la.
Do outro lado da rua, a alisada e a tingida fazem fofocas, falando da vida de uma mulher com cabelo afro que mora nas redondezas.
Uma coisa que certamente não tenho é cabelos afro, porque não sou negra. Mas jamais me quedaria em conversas sobre os cabelos “black power” de ninguém.
Uma mocinha passa de bike, fones nos ouvidos. Não ouve a fofoca, nem a observação de que hoje em dia a juventude anda perdida, pintando o cabelo de azul.
A menina de cabelos azuis chega até a esquina, passando por uma religiosa de cabelos infinitamente longos, trançados, que conversa com uma colega de escola, de cabelos curtinhos. Elas acham legais os cabelos azuis da ciclista.
Acho que vou aparar as pontas neste sábado.

---

Vivian Aurora de Moraes Bragagnolo

Dia de Lourenço

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- não enche! - lourenço, impaciente, rejeitava toda e qualquer tipo de aproximação por parte daquela turminha aborrecente de imbecis. - não dou autógrafos para principiante, vaza! - irritou-se com uma delas, enquanto acendia o dona-flor baiano. - tu me paga, Gio! - condenou, em pensamento, o patrão por ter caído na carapuça - nem mil anos me farão esquecer a guilhotina que armaste pra mim... - concluiu.

aquela tumultueira de moleques correndo de lá pra cá infernizava a vida de qualquer um. mas antes era diferente, lourenço apenas cuidava da faxina, se encarregava de recolher estilhaços de copos quebrados e outros afazeres semelhantes. mas agora não, saiu do anonimato por sua recente aparição num tablóide londrino que anunciara seu que seu último romance seria transformado em filme.

- bela merda - criticou-se, ao ser questionado sobre o roteiro do filme - aquilo lá é isso aqui, uma bosta! entende? - tentou explicar - um bando de retardados querendo aparecer para uma câmara desligada, saca? um hospício? 'um estranho no ninho' lembra? aqueles malucos assistindo à tv desligada! é o que é isso aqui!! um bando de doidos sem noção alguma do que fazem. - finalizou.

ressentido, levantou-se vagarosamente e foi ao banheiro. a pretensa mijada deu lugar a cagada 'humanitária'. a tudo aquilo que ouviu e àquilo que ouvirá escapava-lhe o eco de sua merda caindo n'água. o barulhinho de seu peido tornou-se a sonata da ópera dos bdeianos. ninguém imaginava que aquele faxineiro, hoje vestido a rigor, também tinha seu dia de astro.

- adeus! - despediu-se ao limpar o traseiro com uma das folhas de sua última antologia...
.

OUTRO MUNDO

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Hoje
Repeti o mesmo mundo....no fim
Viver de amor....e depois
Morrer brandamente em mim
Outro castelo recriei
Após rochas caírem
Até a pintura borrei
Com as mais belas alvitres
Agora procure o que te desperta
O que te deixa em alerta
O que queima, mas não arde
O que, mesmo no fim, nunca é tarde
O que ficou para trás
São esfumaturas embranquecidas
Perde-se o tom da tinta
Mas não a importância adquirida
Pois mesmo manchas abstrais
Ainda borram a pintura que já fora
A vida em sete cores iniciais
Torna-se cinza, diferente de outrora
E não segui seus passos
Preferi os meus
Eram mais suaves
E livres do que os teus
Pesadas eram as rédeas
Que determinavam a direção
Dos raios e das pedras
Que atingiam o coração
Amanhã
Vou reinventar outro mundo.....se der
Morrer de amor....e depois
Ressuscitar num domingo qualquer

É PRIMAVERA!

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O sabiá
não gosta de queixas.
Por isso nos deixa:
prefere voar.

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200 000 acessos

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O blog Bar do Escritor está prestes a receber o ducentésimo milésimo acesso. Com contos, crônicas e poemas quase diariamente desde março de 2007, são mais de 2000 postagens, 70 colunistas e 130 convidados. 
Conheça. Participe.


Brinde por conta da casa: ganha um exemplar da próxima antologia Quinta Barnasiana o literointernauta que for o DUCENTÉSIMO MILÉSIMO leitor do blog. Para comprovar, basta fazer um PRT SC (print scream) da tela e enviar a imagem para a fanpage do bde no facebook.

Promoção valendo! DIVULGUE!

SPA

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Pensei rápido, divaguei, pirei, parei, voltei... ufa, foi foda! 

Loop nº2

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Num jogo de luz e sombras
Sístole e diástole
A fumaça em loop
Movida a vontades forjadas

Estou voltando ao artifício
Estou voltando ao fictício


Partículas etéreas soltas
Ecoando como trechos sonoros
A música
Confortavelmente sem fim

Estou voltando ao resquício
Estou voltando ao propício


Paredes como almofadas
Diálogos como imagens
Saltando e passando e gritando
De novo e de novo

Estou voltando ao início
Estou voltando ao hospício.



13 000 livros do BAR DO ESCRITOR.

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Com o lançamento, em breve, da próxima antologia do movimento literário Bar do Escritor, ultrapassaremos a marca de TREZE MIL LIVROS publicados. É um orgulho. O BdE firma-se como uma legítima manifestação literária originada diretamente da World Wild Web, provando que a anarquia bem intencionada é absolutamente produtiva.
A Quinta Barnasiana terá edição de 2400 exemplares, 240 páginas com 39 escritores, de 8 estados brasileiros e um de Moçambique.

Article 1

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Fado

Meu coração emotivo e ingenuo, 

fardado com milhares de filamentos,
vividos cardiopétalos e hematopoéticos, 
a brotar de amores eviternos e dores cardiopatias.             
                                                     
Minha mente inteli'Gentil e sorrateiramente fértil
toma novos ares, novos pilares, 
o clarear de ideias,
vulgares aos olhos de gente indiferente.

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Eu mutável 


Minha cabeça, toma novos ares

minha boca, novos cantares
meus olhos, novos olhares
meu corpo, novos alegrares e cansares
nas diferentes fases lunares
em meio a tantos lugares
haverá sempre novas facetas, novas façanhas, novos ares.

Do Olimpo

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Do Olimpo



no olimpo
não há faxineiras.
há cálices
sangrando nos
corredores
e deuses
junkies
desfalecidos
pela sala
com gozo pintado
em paredes inteiras.
e é sempre tudolimpo

André Espínola

(poesia presente no Ebook "Apenas Cinco Minutos")


Falei o que acho.

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Sei que nessa época é quase inevitável
Não falar nesse tema de eleição
Tento apenas ser maleável
Mesmo sem dar muita atenção

É que esse raio de assunto
Parece sempre vir junto
Esteja você em casa, na rua
Andando acompanhado, ou na sua

Ou o que é ainda pior
Estampado em um outdoor
Aquele rosto falso e sorridente
Buscando voto até de indigente

O discurso é: se não votar nessa eleição
Não estará fazendo seu papel de cidadão
Agora diga-me: qual a minha opção?
Se só se candidata ladrão?

E outra: pode mudar a cara, o sexo
A legislação vigente continua sem nexo
Enquanto não reformar o judiciário
Só ladrão de galinha vira presidiário

Ano passado o povo saiu para se manifestar
Gostei, tem mais mesmo é que protestar
Mas e depois, o que aconteceu?
Quem está no poder já esqueceu

Veja bem, sei que o assunto causa polêmica
Mas e a corrupção no país, não é endêmica?
Por isso prefiro não comentar
Apenas o meu voto anular

Você pode dizer: ‘mas o país é maneiro’
Se você acha isso, já foi pro estrangeiro?
‘Pelo menos aqui não tem guerra!’
De fato, mas que o povo se ferra, se ferra!

Meu negócio é mudar pro exterior
Lá até um forasteiro é tratado com mais valor
Ter uma vida mais decente, mas de luta
Não ser usurpado por mais um filho da puta

Uau, foi tanta indignação que passei do ponto
Melhor ficar quieto e me fazer de tonto
Perdoem-me por deixar escapar um palavrão
É o tema em questão que está cercado de podridão

Se fui inconveniente?
Não sei, mas estou consciente
Caso a rima tenha sido consistente
Atenção, o país que você mora está doente...

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*** RSSing Note: Article removed by member request. ***
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Pentecostes

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Balruje ebis az actis,
Lareamta um ducaco avias ibo.
Gavani atu om lactis,
Muto bonati avarac pulibo.

Xataomi! Mulariar ov bononi abari,
Mist avarac olovanimat Isdinote.
Acatomi! Lactvaris av mumpi podari,
Mist olariv amraviri lameque mustanote.

Kataroc ombi alavava noteratu lala,
Karatoc ambi camatico estes libro.
Karatoc ombi putis que paritis lala
Karatoc ambi venenus ov av matribro.

Balruje ebis az actis,
Balruje ebis az pulibo.
Balruje ebis az mustanote,
Balruje ebis az matribro. 

Poema de Mar

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Rotina das ondas
Pelo foco da retina,
Câmera e ocular.
 
Registros do silício,
Pulsos singulares
Há tempo navegar.
 
Barcos saindo e voltando
Trazendo redes, peixes,
Pescador salgado.
 
Ruído branco,
Conchas, mar, areia...
Azul espera.

Antropofagia

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Depois de um dia cansativo, dando suor e sangue no trabalho, ele sentou-se à sua poltrona, no meio da sala. O filho surgiu correndo pelo corredor, saltou sobre ele e lhe deu um abraço apertado. Já sem forças, retribuiu com um beijo no rosto e disse para o garoto que se sentasse no chão para que pudesse prestar atenção no jornal.

Após uma notícia, o garoto ficou curioso e perguntou:

– Como é que as vacas ficaram loucas?

– Elas foram alimentadas com ração que continha carne de vaca e um monte de produtos químicos, daí elas ficaram doentes e enlouqueceram.

– Então as vacas que se alimentaram de vacas são chamadas de vacas loucas?

– Sim. Isso mesmo.

– E como é que são chamadas as pessoas que se alimentam de pessoas?

Após pensar um pouco, no seu dia e no estado em que se encontrava, ele respondeu:

– Chefe, meu filho. Nós chamamos de chefe.



Sigo ,só sigo...

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Tenho a idade das eras
Sonho com o que nunca vi
Arrisco caminhos que ainda
Não descobri
Eu vago de nuvem em nuvem
Canto de conto a encanto 
Sigo derrubando conceitos
Vencendo preconceitos
Ultrapassando meus desertos
Assim sigo feliz
Sigo
 E sigo 
E sigo...
Só sigo.

Catiaho Alc/Reflexo d'Alma
Texto do livro Reflexo d Alma 
entre sonhos e delírios
 2010 Pasargada

FLASHBACK LITERÁRIO V

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FLASHBACK LITERÁRIO V

2008: a batata sempre assa, não é mesmo?

Abraços Literários e até +.


Antes do fim chegar

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Quando eu morrer, queimem meu corpo e coloquem as cinzas nos canteiros com plantas da casa em que cresci na aldeia. Antes, bebam, riam, lembrem das nossas histórias e toquem umas canções. Quem sabe alguma coisa do Paulinho da Viola, do Chico Buarque, da Legião Urbana, do Pearl Jam. Façam uma mistura grande, uma farofada mesmo, essa mistura toda que me formou.

Esse é meu desejo. Se puderem cumprir, que seja. Espero não dar muito trabalho. Se não puderem, entenderei também. Ou não, já que morto, em tese, não teria condições de relativizar a situação. Mas fiquem tranquilos, não atormentarei ninguém, juro.

Minha avó, por exemplo, sempre disse querer ser enterrada de pé. A morte, rápida, um mês entre a descoberta da doença e o fim, atrapalhou as coisas: ela não falou sobre isso, os filhos fingiram que esqueceram. No enterro, não havia meio de enfiar o caixão deitado na gaveta. Levou uns 40 minutos até que muitos homens, além do coveiro, esforçados, conseguissem resolver a situação. Parecia haver dedinhos invisíveis segurando. A gente até riu de tudo isso, como uma forma de aplacar a dor.

Tenho pensado na morte ultimamente. Mais que o normal. Ver tanta gente boa morrer, próxima e distante, mas conectada de alguma forma, faz isso. No fundo, depois de várias conexões possíveis, volto sempre à mesma questão: é estúpida a morte. E como é.

A mãe de dois amigos queridos foi atropelada por uma bicicleta lá na aldeia. Na rua de casa. É a cena da qual provavelmente riríamos. Como sempre fizemos, aliás, rindo das nossas desgraças, dos fracassos, das nossas tragédias pessoais, coletivas e individuais.

Só que dessa vez não teve graça. A estupidez dela, da morte, veio rasgando. E o atropelamento de bicicleta virou morte cerebral. Em horas, dias, quase uma semana, não sei e nem importa. Estúpida a forma, estúpida a morte.

Nunca sei o que pensar nesses momentos. Como a gente consola alguém diante de uma coisa assim?, o que a gente diz?, não sei, não sei. Acho que a gente só deve chorar, a única forma de expressão sincera desse sentimento esquisito que vem. E, claro, dizer que tá ali, por perto, e pras pessoas ficarem firmes.

Mas é maior que isso. Fico pensando em quantas vezes na vida, nos próximos anos, vou ter, teremos nós, que nos deparar com situações, se não iguais, parecidas. E como em todas as vezes que penso sobre isso, reforço a certeza de que não estou preparado pra lidar com a morte.

Nem sei se alguém está. Só que a gente perde as pessoas sem estar mesmo. A gente recebe o soco, empurra o soco de volta e tenta transformá-lo em lágrimas e lembranças. Às vezes, literatura ou música.

Um pouco por tudo isso, voltar à aldeia é sempre pensar em saudade. E só aumentará, penso, essa sensação. Porque as coisas seguem, a vida segue, as pessoas envelhecem e morrem. E nem sempre envelhecem antes de morrer.


A verdade é que escrevi tudo isso pra falar as coisas de sempre, que a gente tá cansado de saber, que dói, às vezes, que a perda é foda, sempre. Então desculpa os clichês que estiverem soltos pelo caminho, mas escrevi pra falar, porque a gente precisa falar, precisa colocar pra fora essa coisa meio angustiante que toma a gente quando alguém morre. Não importa se próxima ou distante, tenho aprendido isso a cada dia, a morte de alguém querido, pra nós ou pros nossos queridos, é sempre uma força quase inconsolável que esmaga tudo por dentro.

Outra verdade, desculpem, não era só uma, é que escrevi pra lhes pedir o impossível. Amigos e amigas, não morram. Não, por favor, não morram. Vamos fazer o seguinte: vivemos todos até os 100 anos e, depois disso, começamos a evaporar devagarzinho.

E, se por acaso não for possível mesmo, que a gente possa se encontrar mais antes do fim chegar, porque a gente não sabe nunca quando ele vem, e ouvir mais músicas juntos e rir mais de tudo, de todos, dos outros, de nós, dos riscos. Da vida. Fazer as coisas que sempre fizemos, uma farofada mesmo, como sempre, essa mistura, essas grandes misturas que nos formaram.

Stalingrado

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rastejo
entre escombros e corpos
escalo
quieto
os pontos-chave:
tocaia

espero

miro
e o tiro atinge
e tinge em rubro
o manto cinza

era ele ou eu
eram eles ou eu
eram vidas
e a minha
ainda viva
morreu

(Inspirado no filme "Enemy at the Gates" de 2001 que conta a história do atirador de elite do exército russo Vasily Zaitsev na defesa de Stalingrado durante a Segunda Grande Guerra - Maio/2012)
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